quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Transformar o chefe em um líder é muito difícil, mas vale a pena !b


A Active Educação e Desenvolvimento Humano, empresa que atuo, vem se dedicando ao estudo e práticas de Liderança há mais de quinze anos. O trabalho de Coaching Personalizado a executivos vem sendo muito solicitado. Normalmente, a pergunta ou queixa inicial dos diretores e gerentes que nos procuram é : é possível eu deixar de ser um chefe para ser um excelente líder ? Digo que sim , mas pergunto, por que você quer mudar ?  A resposta que mais ouço é que as pessoas com quem ele trabalha querem muito que ele mude. Dizem que “sou centralizador , só confio em mim mesmo, tenho resposta para tudo, só eu penso e eles se movimentam do pescoço para baixo”. Frases como essas são comuns não só na “sala de coaching” como também nos corredores das empresas . Pergunto ao cliente: Você quer mudar ? Claro ! Pois não estaria diante de você . Poxa ! Temos um bom início .
Às vezes comparo a mudança de comportamento como alguém que teve que emagrecer de 120 para 80 kilos. A pessoa teve que mudar muito seus hábitos e ainda tem que manter o seu peso depois de todo sacrifício, isso é mais difícil ainda.
Caro leitor, sabemos que mudar atitudes e comportamentos é tão ou mais difícil quanto emagrecer ou para de fumar. Quando um diretor ou um gerente chega à conclusão que precisa mudar é que geralmente não está bem consigo e com as pessoas que o cercam..
A abordagem do líder de ontem era um tomador de decisão e alocador de recursos que perguntava a melhor maneira de explorar as habilidades de um funcionário em proveito da organização. Os funcionários eram vistos como ferramentas e recursos para o atingimento de metas do chefe. O líder atual é um desenvolvedor de pessoas e construtor de relacionamentos duradouros. Abre mão do poder de posição e age potencializando o seu poder pessoal. A verdadeira forma de liderança é influenciar o indívíduo para que trabalhe entusiasmado para atingir metas e o comprometimento mutuo é fundamental como comportamento orientador. Isso dito aqui é simples, mas sabemos que no dia-a-dia acontece pouco. É preciso ser um John, personagem do excelente livro “O Monge e o Executivo” , para reconhecer e fazer uma espécie de retiro para mudar seus hábitos. O hábito da “compaixão” , como nos ensina Dalai Lama, no livro a Arte da Felicidade , é um valor fantástico para iniciar a aprendizagem de se tornar um verdadeiro líder. O hábito da “humildade”, sendo autêntico sem pretensão ou arrogância. O hábito do “respeito” tratando o outro como uma pessoa importante. E outros tantos hábitos que alimentam a própria vida do líder para alimentar a vida das pessoas que o cercam. A responsabilidade pessoal do líder, começa com a autocompreensão, que é essencial para poder administrar os pontos fracos e desenvolver os pontos fortes. O líder tem que reconhecer e aceitar as suas obrigações, que acompanha o seu papel organizacional, e aprender a resistir a qualquer tentação de abusar da sua posição de confiança e poder. Abrir mão do poder para ser autoridade torna-se para o líder aprendiz um verdadeiro desafio. O conceito de poder é uma preocupação para muitos líderes. Para alguns é como um entorpecente, e para outros, uma fonte de fascinação. Sabe-se que alguns indivíduos (e organizações) movidos pelo poder podem ser definidos como bem-sucedidos a curto prazo, mas as evidências cada vez mais estão apontando para essas pessoas “as sementes de sua própria destruição”.
Os líderes que forem capazes e competentes de combinar ação com reflexão, desenvolvendo e possuírem autoconhecimento suficiente para reconhecer o vírus do poder, serão no fim os mais poderosos. Serão lembrados com respeito e carinho. Serão admirados por todos e terão lealdade. Empresas inteligentes , poucas sabemos, estão investindo no desenvolvimento sócio-emocional e espiritual dos líderes. Para que eles se comportem com princípios, tais como :
. Levar as pessoas e o seu trabalho a sério com respeito e dignidade.
. Escutar, aprender e apreender com a liderança de sua equipe de trabalho.
Na prática, o processo de liderança-servidora enfatiza o consenso para se ter comprometimento (essa palavra anda desgastada tanto quanto outras) e é o segredo de uma melhor performance.
Conclusão : Ser um excelente líder requer muito comprometimento e prática. “O líder deve ser, conforme o que ensinamos, dignos de confiança, respeitosos e preocupados, equilibrados entre “agir” e ser”, emocionalmente letrados e culturalmente autoconcientes. O líder também deve encontrar tempo para se dedicar, a uma reflexão honesta e contínua a fim de ser bem-sucedido. E o mais importante , o líder deve assumir a responsabilidade pelo desenvolvimento de novos líderes capazes de desempenhar papéis de liderança no futuro. 

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