segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Quem se acostuma a tirar nota 6 nunca vira líder

           
Conheci um dirigente que dizia sempre, ao longo da vida, não precisa tirar 10, se ficar com 6 passa de ano, e a gente vai mais longe. Eu observava esse executivo. Ele tinha uma vida normal, era feliz, sempre calmo. Poderia até dizer que sua qualidade de vida era superior ao time que se esforçava e lutava pra alcançar os 9 e os 10 da performance empresarial. Mas, depois das reuniões de objetivos, dos planos, dos entusiasmos das convenções de vendas, nos bastidores, ele vinha paciente e calmo , e sussurrava no meu ouvido: “não esquenta Tejon, o importante é tirar 6, ligeiramente acima da mediana, o resto é para transtornados”.
Com essa conversa ele criava uma real dúvida na minha cabeça, afinal, ótimo ser humano, pessoa correta, simpática, amiga. Mas, como o Deus “Cronos”, o Senhor do tempo cobra inexoravelmente a sua conta. Com o passar dos anos o tempo usado no estacionamento da vida foi apresentado na forma inapelável da realidade: fui assistindo esse dirigente ficar pra trás, ser demovido, ser colocado “por pena”, das estruturas dos demais dirigentes, em função de pouca importância. O pessoal dizia, ele é ótima pessoa, mas que problema, só faz o mais ou menos, nunca apresenta performances elevadas. E, com a chegada de novas gerações, já o “zum zum zum” corria de que ele seria demitido.
Então, num completo desespero, esse amigo de jornada me chamou e disse que não entendia o que estava ocorrendo, ninguém queria mais trabalhar com ele, seu estado de humor estava alterado, ficava irritado, perdia a calma, discutia veementemente. Esse dirigente da nota 6 vivia agora como “cão sem faro”. Tinha perdido o rumo. Já aos 50 anos, o que acontecia é que suas repetidas notas 6 ao longo do boletim da vida, serviram para trazê-lo até aqui; mas infelizmente não o categorizavam para assumir postos elevados na diretoria, e muito menos para transformá-lo num empreendedor.
A moral da história? Nada contra as notas 6 da vida, mas muito cuidado, podem virar um vício, o cérebro se acostuma, e você pode acreditar que viver na mediocridade salva. Pode esconder você dos enfrentamentos da vida por um bom tempo, mas não impedirá o seu faceamento com a realidade das competências em algum estágio do seu ciclo de vida. Não há um caminho para a felicidade e a qualidade. Ao contrário. Qualidade e felicidade são o único caminho.

Por: 

Dilemas e incertezas da Globalização

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Dilemas e incertezas da Globalização


O mundo está conseguindo alcançar um grande avanço científico e tecnológico. Temos um processo de globalização que gira em torno do avanço das multinacionais, do poder das comunicações e da Revolução Técnico - Científica que gira em torno do extraordinário desenvolvimento da robótica, da informática e da biotecnologia.

A Globalização é um dos fenômenos mais decantados pelas sociedades contemporâneas: ter página na Internet, ligar-se simultaneamente com vários países, interagir com pessoas do mundo inteiro é sinônimo de ser moderno, avançado e, na verdadeira acepção da palavra ser global.

Mas a globalização não é um produto sem erros de fabricação. Aí estão as lacunas que separam em distâncias longas os ricos dos pobres e as nações desenvolvidas das mais atrasadas que estão aí a solicitar empréstimos e ajuda humanitária. Um outro defeito do produto global é o desemprego estrutural que é crescente mesmo com o desempenho favorável de algumas economias. Postos de trabalho são eliminados e muitos indivíduos são jogados ao terror da falta de emprego e de políticas que poderiam criar alternativas ao trabalho dos cidadãos.
Dentro do processo de globalização o desemprego não é privilégio apenas das nações pobres, pois se alastra em todos os países do globo e desafia a todos os defensores do mundo globalizado que não tem a fórmula correta para combater tal anomalia.

No produto global a concretização do neoliberalismo que provocou a venda de estatais a preço de banana e trouxe para a população serviços ineficazes que só pensam no lucro imediato. Além de tudo isso verbas públicas são cortadas, ganhos históricos dos trabalhadores são usurpados, tudo em nome de uma política de encolhimento do Estado. Este mecanismo mal - sucedido nos EUA e na Inglaterra agora se consolida vorazmente nos países da América Latina e revela uma atitude de desrespeito ao social em nome do econômico.

Outro fato a se lamentar no mundo global é o aprofundamento da dependência instalado nos países que se vêem às tontas diante de qualquer efeito de crise no mundo capitalista que provoca problemas generalizados através do efeito dominó. A Integração das Economias vai se tornando uma integração de crises.
O mundo global deve ser questionado por aqueles que propugnam por uma sociedade justa e igualitária. É preciso que a sociedade levante os braços e se conscientize de seu papel diante de uma economia que se globaliza , mas instala a pobreza e a fome para a grande maioria da população. Tal processo resulta da atitude descompromissada de governantes ligados à globalização mas com total falta de compromisso com as demandas sociais de seus países.

É preciso salientar que mesmo com todo o poder da mídia e avanço das comunicações, ainda existem grupos culturais que resistem ao processo de globalização, através da manutenção de costumes, religiões e da luta por autonomia. Essas resistências na maioria dos casos são sufocadas de forma violenta pelos detentores do poder político e econômico.

No mundo globalizado outro elemento de vital importância é a Revolução Técnico - Científica que tem modernizado as nações e tem exigido a qualificação dos trabalhadores. Diante desta realidade um questionamento passa a surgir:

QUAL O FUTURO DOS PAÍSES ONDE O ANALFABETISMO É CRESCENTE E GRITANTE? ONDE DEMANDAS SOCIAIS BÁSICAS SÃO NEGADAS À POPULAÇÃO? ONDE GOVERNANTES USAM DO PODER PARA PERPETUAR A CORRUPÇÃO, O NEPOTISMO E O INTERESSE DE UMA MINORIA PRIVILEGIADA?

Como se vê a realidade do processo de globalização não é algo acabado que devemos assimilar sem questionar, pelo contrário é um processo que exige análise crítica e compromissada de todos aqueles que com ela convivem.
A globalização tem sido questionada pelos grupos representativos da sociedade civil. Várias manifestações contra esta onda que vem se alastrando e provocando vários estragos tem acontecido atualmente, pois sabemos que vários questionamentos tem surgido neste processo que não tem poupado as nações pobres nem tem melhorado o padrão de vida das nações como um todo.

A guerra de interesses das nações ricas não cessa e tenta utilizar discursos como caça a terroristas e ditaduras como justificativa de impor seu poder em nome da paz. O tempo e a verdade provam que tais discursos são apenas alegativas vãs que encobrem o verdadeiro sentido de um processo de ingerência da morte em nome do poder econômico do sistema imposto pela proposta monopolar.

Os valores preconizados pela globalização devem ser questionados e o processo de sua implementação deve sempre passar por uma investigação crítica da sociedade em nome da dignidade e da solidariedade plena entre os povos, pois um mundo novo é possível sem imposições de poder, nem ingerências a serviço da desigualdade e da dependência. Afinal de que vale poder e capital sem amor, dignidade, verdade e justiça?