quarta-feira, 30 de maio de 2012

VOCÊ É RAPOSA OU PORCO-ESPINHO?

Tanto entre empresas quanto entre profissionais, há uma tensão constante entre diversificação e foco. As empresas às vezes acham que devem apostar na maior variedade possível de ações; outras vezes, que só devem atuar em seu campo de excelência. A mesma angústia atinge vários profissionais: qual vale mais, o especialista ou o generalista?

É claro que inúmeros fatores pesam nesse debate, desde a conjuntura do mercado até a facilidade de obter crédito e os custos de oportunidade. Mas uma das maneiras de descobrir o melhor caminho é entender se você (ou a sua empresa) é uma raposa ou um porco-espinho.
Raposa e porco-espinho (Foto: Reprodução/Thinkinginpublic)
Esta análise é proposta em “O porco-espinho e a raposa”, um dos ensaios mais famosos do pensador britânico Isaiah Berlin, de origem judaica russa (1909-1997). Logo em sua introdução, Berlin cita um fragmento do poeta grego Arquiloco, que diz: “a raposa sabe muitas coisas, mas o porco-espinho sabe uma grande coisa.”
Em geral, assume-se que o significado é simplesmente que a raposa, embora tenha mil artimanhas, é derrotada pela defesa eficiente do porco-espinho. Mas Berlin toma a frase como início de uma análise que divide as mentes criadoras em dois times: as raposas, que apostam em estratégias diversificadas, e os porcos-espinhos, que perseveram em um só princípio.
 
Qual é melhor? Evidentemente, não há resposta. Ou melhor, não há resposta externa. O mundo precisa de raposas como Leonardo da Vinci e de porcos-espinhos como Albert Einstein
Porcos-espinhos gostam da coerência, da ordem, do princípio fundamental. Raposas perseguem ideias diversificadas, frequentemente não relacionadas umas às outras, difusas, talvez até contraditórias.
Platão, Nietzsche, Hegel, Proust, Dostoievsky eram porcos-espinhos. Heródoto, Montaigne, Aristóteles, Joyce eram raposas.
Extrapolando a análise de Berlin para o mundo dos negócios, Steve Jobs, com sua obsessão pelo design e pelo sistema fechado, seria um porco-espinho. Thomas Edison, com seus mil inventos, seria uma raposa.
Qual é melhor? Evidentemente, não há resposta. Ou melhor, não há resposta externa. O mundo precisa de raposas como Leonardo da Vinci e de porcos-espinhos como Albert Einstein.
Talvez algumas épocas sejam mais propícias a um tipo, outras ao outro. Mas é provavelmente mais correto seguir a inclinação da sua personalidade do que tentar adivinhar qual o modelo mais certo para o momento.
E há, ainda, um caso especial. O ensaio de Berlin trata, na verdade, da obra de Tolstoi, e a divisão dos dois campos feita no início é uma elegante maneira de expor um gênio criativo que não cabia na análise. Ele era raposa e porco-espinho, generalista e especialista, coerente e disperso, focado e experimentador. Um gênio preparado para Guerra e Paz.

 

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Raiva: trabalhando com as emoções...

Se você está irritado, geralmente é melhor colocar sua raiva sob controle, para que você possa expressá-la estrategicamente, de maneira controlada, permitindo que os outros saibam que você está seriamente preocupado e está motivado a tomar uma ação efetiva. Existem algumas técnicas específicas para controlar a raiva:
1 – Use uma dica pessoal que faça você se lembrar de controlar sua raiva: por exemplo, quando a raiva começar a aumentar, pressione seus dedos ou conte até 10, como um sinal para prestar atenção e pisar no freio. Reserve algum tempo para praticar a associação entre sua dica escolhida e o relaxamento como resposta que você deseja, até que o relaxamento se torne um reflexo condicionado. Então, quando você usar sua dica em uma situação difícil, ela vai funcionar em um nível inconsciente para lhe dizer para relaxar.
2 – Use a autoconversa para dizer a si mesmo que você precisa controlar sua raiva e manter-se calmo: Repita a você mesmo palavras como “Fique calmo, fique calmo”. Você pode fazer isso, mesmo no auge de uma situação difícil, enquanto está sentindo a raiva surgir.
3 – Dê um tempo: assim você pode, serenamente, falar consigo mesmo ou pode esmurrar um travesseiro para extravasar seus sentimentos. Faça o que for necessário para recuperar o controle. Diplomaticamente, peça licença, se necessário, ou adie a discussão com a outra parte até que você se acalme. Então, quando estiver pronto, volte à origem do problema e tente resolvê-lo. Aqui, também, é melhor não tomar nenhuma decisão no calor do momento, quando você está no meio de uma baderna emocional.
4 – Encontre alguma coisa positiva que você goste de fazer: Por exemplo, jogar tênis, caminhar ou ir ao cinema. Direcione sua atenção para essa atividade enquanto sua raiva se dissipa. Uma atividade que você aprecie pode ajudar a dissipar esses sentimentos de uma maneira inocente e até produtiva.

sábado, 12 de maio de 2012

Vitórias e Fracassos (Liderança)

 

Certo dia na floresta, o macaco, representante dos animais, fez uma reunião para discutir quem seria seu rei e disse:
– Nós sabemos que o leão é o rei dos animais, mas existem três fortes leões, e por serem amigos, não querem lutar entre si. Quem, dentre eles, deverá ser o nosso rei?
Depois de algum tempo, eles tiveram uma excelente ideia. O macaco se encontrou com os três felinos e contou a eles o que haviam decidido:
– Bem, senhores leões, encontramos uma solução desafiadora para o problema. A solução está na Montanha Difícil. Decidimos que vocês três deverão escalar a Montanha Difícil, a mais alta entre todas naquela imensa floresta. O que atingir o pico em primeiro lugar será consagrado o rei dos animais desta floresta.
O desafio foi aceito, e no dia combinado, milhares de animais cercaram a Montanha para assistir a grande escalada.
O primeiro leão tentou. Não conseguiu.
O segundo leão tentou. Não conseguiu.
O terceiro tentou, também não conseguiu.
Os animais estavam curiosos e impacientes, afinal, qual deles seria o rei, uma vez que os três haviam falhado?
Nesse momento a sábia águia pediu a palavra:
– Eu sei quem deve ser o rei.
Todos os animais silenciaram em grande expectativa.
– Mas como você sabe? – gritaram para a águia.
– Eu estava voando entre eles, bem de perto e, enquanto eles voltavam para o vale, eu escutei o que cada um deles disse para a montanha.
O primeiro e o segundo leão disseram:
– Montanha, você me venceu!
O terceiro leão repetiu as mesmas palavras, mas, com uma diferença. Ele olhou para a montanha e acrescentou:
– Montanha, você me venceu, por enquanto! Você já atingiu o seu tamanho máximo. Eu, porém, ainda estou crescendo, e logo voltarei para vencê-la.
– A diferença – completou a águia – é que o terceiro leão teve uma atitude de vencedor diante da derrota, demonstrou integridade, coragem, humildade e compromisso com o futuro, e quem age assim, com um coração ensinável, o Coração de Líder, está preparado para cuidar do seu povo.


Líderes que agem com o Coração de Líder estão sempre buscando lugares mais altos para si e para todos os que estão à sua volta. Eles sabem que o fracasso não acontece quando perdemos, mas quando desistimos; e que tanto vitória como derrota fazem parte do processo de aprendizado de todo ser humano. Influenciar e impactar positivamente a vida das pessoas é um de seus propósitos de vida e sua principal marca, e ainda que ele apenas o faça com as pessoas que estão à sua volta, muitas outras serão impactadas, assim como uma pedra lançada nas águas calmas de um lago, formando vários anéis ao seu redor, que se reproduzem de acordo com a força do seu impacto. Portanto, quanto mais fortes e positivos são os seus exemplos e a sua influência positiva na vida daqueles que estão ao seu redor, maior será o impacto de sua liderança.
(Trecho do Livro “Coração de Líder”, de Marco Fabossi)