sábado, 16 de fevereiro de 2013

Os 7 pecados da liderança


"À medida que ergo alguém, eu cresço junto com ele" John C. Maxwell
Pecar vem do latim pecare. Significa "errar de alvo". Sempre que pecamos, erramos em alguma coisa. A definição dos 7 pecados capitais, para muitos, é um manual que dita o que não se deve fazer e, também, serve para julgar quem fez algo errado. Na mesma medida, os pecados ocorridos dentro de uma empresa também são erros que podem levar qualquer um à falência. A diferença é que até agora ninguém sabia a lista, não tinha o manual do que não se poderia fazer. Até agora. Porque, a partir deste momento, você tem em suas mãos as 7 atitudes que podem derrubar seu comando. Liderar é verbo transitivo direto. Exige um complemento, não tem sentido sozinho. Fica incompleto, sem definição. Afinal, quem lidera, lidera alguma coisa ou alguém. Essa regra gramatical não serve apenas para produzir textos coesos, pois quando aplicada na prática, ela oferece benefícios que vão além do uso correto do idioma.
O preceito da função é o mesmo da língua portuguesa: da mesma forma que a expressão sem objeto está errada, um líder sem o apoio da equipe também não irá muito longe, porque sozinho ele é insuficiente.
Exercer uma liderança envolve muito mais do que conhecimento técnico da profissão e embasamento teórico. É necessário gostar de pessoas, retirar o que há de melhor nelas e, ainda, desenvolvê-las. "À medida que ergo alguém, eu cresço junto com ele".
Mas como definir liderança? Será que é possível encontrar uma explicação simples para uma atribuição tão complexa? John Vereecken, presidente da Lidere, tem uma definição curta e direta: "Liderança é influência". Segundo ele, ser líder independe do cargo, mas tem tudo a ver com a habilidade do profissional para entusiasmar pessoas.
O psiquiatra, professor e consultor Paulo Gaudencio defende a mesma tese e usa o ex-presidente norte-americano John Kennedy para ilustrar seu modelo de líder: "O sonho dele era colocar um americano na Lua antes dos russos e ele comprometeu toda a nação com esse ideal". O fato de esse feito ter ocorrido após a morte de Kennedy reforça ainda mais a tese de Gaudencio. "Ele não era mais necessário, pois já tinha influenciado todo o país a realizar esse objetivo."
Para muitos estudiosos e especialistas, o alicerce de um bom líder está na capacidade de despertar nos liderados o desejo de ação e realização de uma meta. O ideal não é que todos os funcionários o idolatrem, mas que vejam nele uma fonte de inspiração para desenvolver uma tarefa da melhor maneira possível. Entretanto definir virtudes de um profissional não é uma equação exata, porque cada característica tem um peso para uma companhia. A somatória delas implica o valor que a empresa atribui para sua balança. Uma qualidade que pode ser essencial para uma, pode ser irrelevante para outra. No entanto, os defeitos de um líder não seguem a mesma regra aritmética, pois seus pesos têm o mesmo valor para empresas de todo o mundo. Mais que isso, tornam-se pecados mortais e levam qualquer líder à falência. Saiba agora quais são as atitudes que podem derrubar sua liderança.


Arrogância

Arrogância é orgulho, presunção, altivez. Atribuída à personalidade de um profissional que exerce a função de líder pode causar estragos: "Quando ele não aceita a opinião dos subordinados e impõe suas idéias começa a gerar problemas". Indivíduos que se julgam melhores que seus liderados tendem a ser mais arrogantes, pois acreditam que o fato de serem mais jovens, mais velhos, com mais experiência ou com um nível acadêmico elevado os faz superior ao resto da equipe. "Quando alguém se apóia na imagem o resultado é um comportamento arrogante". "Esse tipo de líder está fadado a cometer erros de estratégias sérios".


Ser centralizador

Se quiser que algo fique bem feito, faça você mesmo. Esse é o mantra que rege a cabeça de um líder centralizador. Ele acredita que ninguém tem capacidade de produzir algo do jeito que deseja, por isso prefere fazer sozinho. "Esse perfil é mais comum do que se imagina e ocorre porque muitos dos líderes já passaram por quase todas as funções da empresa e sabem fazer tudo". Essa atitude pode gerar competição dos liderados com o líder ou a transferência das responsabilidades, ou seja, os subordinados deixarem de fazer suas tarefas porque sabem que o líder irá fazer. Por isso, essa ação tem causa ambígua e pode virar contra o próprio líder, pois à medida que ele faz todas as funções do departamento, abre precedentes para desencadear uma série de outros problemas.
Não dar feedback

 Um dos preceitos da comunicação é o feedback. O ato de falar algo que está indo bem ou mal para um subordinado proporciona ganhos incalculáveis. E no caso negativo, ou seja, não dar feedback, as perdas também são incontáveis. "O funcionário pode achar que está agradando e, na verdade, não está. A única maneira de ele saber isso é falando com ele". Ele completa que o feedback é fundamental para o colaborador formar outros líderes, porque dá oportunidade para eles crescerem. É importante ressaltar que o feedback não deve ser dado apenas para aquelas pessoas que apresentam problemas nas tarefas, mas também àquelas que estão desempenhando seu papel muito bem.


Assédio moral

Assédio moral está presente em quase todas as organizações. Em alguns casos, humilhações e constrangimentos tornaram-se cenas diárias em muitas companhias. De acordo com a Ong Assédio Moral, a humilhação no trabalho é definida da seguinte forma: Exposição dos trabalhadores a situações ofensivas, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. Por isso, expor um subordinado a situações de ridicularizarão irá contribuir para o afastamento do líder. "Isso tem a ver com falha de caráter e se comprovado é caso de demissão". A causa desse tipo de atitude é desenvolver na equipe um sentimento de insegurança e medo. Afinal, nunca se sabe quem será a vítima do dia, quem sofrerá com acusações, gritos e humilhações em público.

"Liderança é influência" John Vereecken

Ser egocêntrico

O psicanalista Sigmund Freud (1856-1939) defendia que a personalidade é dividida em três sistemas principais: id, ego e superego. Sintetizados de uma maneira superficial, esses elementos podem ser entendidos da seguinte forma: Id é o princípio do prazer, Ego o princípio da realidade e Superego o da moralidade. Portanto, de acordo com a psicanálise, o ato de se preocupar somente consigo mesmo está ligado ao Id. Entretanto independentemente da terminologia, quando um líder coloca seus interesses à frente dos interesses da empresa e de seus colaboradores está fadado ao fracasso. "O ego exacerbado de um líder compromete todo o desempenho de seus colaboradores e esta postura transforma-se em custo, sem nenhum retorno para a empresa".


Desequilíbrio emocional

"O líder tem um ajustamento em que as emoções prevalecem sobre a razão, determinando um comportamento excessivamente emocional. É imprevisível" A definição de Paulo Gaudencio explica bem o que é um funcionário desequilibrado emocionalmente. Esse perfil afasta o grupo e perguntas do tipo "como ele (o chefe) está hoje" são freqüentes na equipe. Os funcionários começam a evitar a falar com o líder, pois sabem que a qualquer momento podem presenciar cenas como choro incontrolável, raiva e medo. Há casos que os problemas domésticos influenciam as ações do líder no ambiente de trabalho ele passa a resolver suas questões pessoais no ambiente corporativo.
"Características como pavio curto e humor variável são predispostos ao desequilíbrio". Há empresas que estimulam o comportamento desequilibrado. "A pressão por prazos e resultados pode contribuir para o quadro."

Não fazer parte da equipe

Quem não conhece um líder que não assume os erros do grupo? Ou, então, aquele que se glorifica para o superior dizendo que os bons feitos são originários de suas idéias. Esse perfil de liderança é definido da seguinte maneira: "Eu ganhei, nós empatamos e vocês perderam". Creditar as vitórias para si e os erros para os funcionários mostra, além de insegurança, falta de honestidade. "É necessário compartilhar vitórias e derrotas e não fazer parte da equipe espanta outras futuras lideranças".
 "Quem não sabe trabalhar em equipe não poderia nem ser líder, pois não tem futuro no meio empresarial".
Os ensinamentos de John C. Maxwell

O norte-americano John C. Maxwell é mais que um simples consultor de liderança. Com mais de 13 milhões de livros vendidos no todo o mundo, tornou-se um verdadeiro guru da liderança nos quatro cantos do planeta. Seus ensinamentos viram leis para muitos executivos e empresários de inúmeros países. Na sua primeira visita ao Brasil, em fevereiro de 2008, ele ministrou uma palestra em que expôs algumas lições de liderança:

Os líderes inseguros tentam rebaixar as pessoas e à medida que eu rebaixo alguém eu também me rebaixo.

Tentar transformar qualquer pessoa em líder é um erro. Eu fiz isso durante muitos anos e errei. Você deve saber quais são as pessoas que podem ser líder. Não dá para investir em todo mundo, é preciso escolher alguém.
Para escolher um líder é preciso colocar 21 qualidades num papel e na hora da entrevista deve avaliar se o candidato tem as qualidades que você precisa. Por isso, é preciso saber o que está procurando.
Vou citar três qualidades que julgo essenciais para um líder:
1° Influenciar outras pessoas: Procuro pessoas que têm influência e que atraem outras para perto de si. Isso mostra que ela já tem um talento de liderança. Sempre procuro um influenciador, porque lá tem um bom líder.
2° Gerar resultados: Procuro pessoas que têm a capacidade de gerar resultados e de execução. Melhor ainda quando você dá uma tarefa e ela faz mais do que você pediu. Isso é importante para a liderança porque se eu não consigo produzir para mim mesmo, não posso ensinar os outros a produzir. Se não gero resultados, não posso influenciar os outros a ter resultados.
3° Ter caráter e integridade: Saber se a o profissional é digno de confiança. Se fala a verdade e tem bom caráter é fundamental. Quando você confia uma responsabilidade a uma pessoa, essa pessoa tem que ser digna de confiança, porque senão ela vai usar o poder que você deu para atrapalhar os outros.

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