sábado, 12 de janeiro de 2013

Tem gente atrás do crachá


 
 
Enquanto a copeira servia café e água no início da reunião, o diretor de um dos maiores conglomerados brasileiros, buscando conhecer um pouco mais sobre a empresa* que pretendia contratar como parceira, perguntou à Diretora de RH:
– Aqui nesta empresa as pessoas são felizes?
– Bem, ninguém melhor que as próprias pessoas para responder essa pergunta – respondeu a Diretora de RH, e em seguida perguntou à copeira: Você é feliz aqui na empresa?
– Ah, eu sou muito feliz! Aqui, quando eu vou tirar o lixo dos cestos nas mesas, as pessoas me agradecem, conversam comigo, me notam. Quando eu sirvo café, elas também agradecem. Aqui as pessoas me tratam com educação, elas me notam, e eu me sinto respeitada – respondeu a copeira.
O diretor do grande conglomerado então respondeu:
– Isso é muito importante para que possamos trabalhar juntos, porque em nossa empresa as principais prioridades são: pessoas, pessoas e pessoas. O resto a gente dá um jeito.
Antes que terminasse a semana, este mesmo diretor liga para a empresa e confirma:
– Decidimos contratá-los como nossos parceiros.
*A personagem principal dessa história é a Dona Naide, copeira/faxineira da Car Park, dirigida pelo Paulinho (Paulo Henrique Coelho da Fonseca Machado), uma empresa que planeja, implanta e administra estacionamentos, e que tem como principais valores: Amor, Família, Confiança, Saúde, Compromisso com a realização continua, e Inspirar e contribuir para o desenvolvimento humano.
Somente uma liderança que valoriza as pessoas e que tem plena consciência de que “tem gente atrás do crachá”, é que consegue estabelecer uma cultura de respeito e valorização do ser humano nas organizações.
Quando as pessoas são respeitadas e reconhecidas, passam a perceber que o trabalho que realizam vai muito além das tarefas que executam, e com isso se dão conta de que fazem parte de uma equipe que se ajuda, colabora e se empenha na realização de uma obra muito maior.
Por isso, uma das premissas para tornar-se um bom líder é respeitar, valorizar e reconhecer as pessoas, algo que não depende de aprendizado, mas de decisão e atitude. Reconhecer as pessoas pelo que são e pelo que fazem, ainda que, em nossa percepção, seja um trabalho simples e rotineiro. Basta imaginar os banheiros do nosso local de trabalho sem pessoas para limpá-los; como seria? Você já parou em algum momento do dia para dizer a uma dessas pessoas algo como: “- Muito obrigado pelo importante trabalho que realiza aqui na empresa. Sem você esse lugar seria uma bagunça.”? Quanto tempo demora reconhecimento deste tipo? Quinze segundos? E quanto tempo você acha que ele vai durar na vida dessa pessoa? Talvez a vida toda.
Nossas organizações estão repletas de gestores altamente capacitados, dotados de enorme competência técnica e gerencial; homens e mulheres preparados para um mercado cada vez mais globalizado, complexo e competitivo, mas tão profundamente dedicados aos negócios e seus resultados que terminam por negligenciar as pessoas, causando angústia, frustração, falta de credibilidade e decepção em todos os níveis das organizações, e com a séria agravante de não serem capazes de criar futuro. Mais que gestores, as organizações precisam de homens e mulheres que enxergam e aceitam as pessoas como elas são, tratando-as com respeito e dignidade, independentemente de raça, níveis hierárquicos ou sociais, e religião. Líderes conscientes de que todas as conquistas são fruto do trabalho em equipe, e que os melhores resultados só podem ser alcançados quando as pessoas estiverem felizes e motivadas, porque “tem gente atrás do crachá”!

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